quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Apenas mais um sonho? [Continuação]

Mesmo o lugar sendo aparentemente fechado soprava um vento muito frio e estava escuro. Duda teve a impressão de não estar sozinha ali. Olhou para todas as direções, procurando alguma fonte de luz, ou até mesmo um rosto na escuridão. Mas mal a garota pode se mexer e uma voz surgiu no breu do aposento. Não teve mais dúvidas, alguém realmente estava a observando. 
- Duda! – Aquela voz era estranhamente familiar. Mas onde ela já teria a escutado antes? Na verdade, tudo naquele lugar era familiar, até mesmo a ausência de luz.
- Duda, eu sei que você pode me ouvir. – A voz familiar voltou a solicitá-la. Como ele sabia seu nome? Foi então que a menina percebeu de onde reconhecia a cena: o sonho que a perturbava tanto naquela noite, tinha se tornado realidade.
Duda fechou os olhos e permaneceu imóvel, sentada na cadeira. O autor da voz havia se calado, o silêncio tomou conta novamente do lugar e o vento frio que antes balançava seus cabelos, já não soprava mais. Mesmo tendo vivido tudo na noite anterior, ela não sabia o que viria em seguida, pois foi neste mesmo instante que ela havia acordado de seu pesadelo. A garota abriu os olhos devagar, com medo do que a esperava. Vendo que o pesadelo havia acabado, Duda suspirou aliviada, mas ainda um tanto quanto confusa. Ela tinha voltado para a cozinha de sua casa, onde seus pais estavam sentados a mesa e a observavam atentamente.
Então Carlos, como seu pai se chamava, percebendo a falta de reação no rosto de sua filha, quebrou o silêncio:
- Bem, sabemos como você adora seu aniversário, assim resolvemos preparar algo especial este ano. Duda adorava seu aniversário, mas detestava surpresas, principalmente neste ano.
- Que legal pai, mas o que seria esse “algo especial”? – respondeu meio sem emoção.
- Como você nunca fez uma festa de aniversário só para seus amigos, a não ser nas suas festas até os cinco anos. – Carlos sorriu com a lembrança. – Eu e sua mãe reservamos um espaço bem grande e um DJ de uma danceteria nova na cidade, dizem que é muito “maneira” e convidamos seu colegas de classe...
Vendo que ela não deu pulos de felicidade ou soltou algum grito histérico, seu pai parou de falar. Carlos olhou para sua esposa e os dois falaram em uníssono.
- Feliz aniversário Duda!
- Nossa! Isso é realmente muito bom! Eu adorei a surpresa – Eduarda disse, forçando entusiasmo na voz, o que pareceu ter dado certo, pois seus pais sorriram em resposta. – Ok, vou subir para meu quarto e ligar para a Amanda e contar que eu já sei da novidade. Uhul! – Deu um sorriso torto, desceu da cadeira e saiu, apressadamente, da cozinha.
Ela correu sobre a escada, em direção a porta que era, levemente, cor de rosa, que dava no seu quarto. Ao passar pela entrada, Duda fechou a porta e deitou na cama, tentando entender tudo que havia acontecido até o momento. Um vento frio soprou forte abrindo a janela e derrubando a luminária, que ficava ao lado de sua cama.
-Duda! – A voz misteriosa havia voltado...

Continua...[?]