domingo, 17 de outubro de 2010

A única certeza que eu queria, é a de saber que tenho algo que REALMENTE seja meu.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Não seria...

Queria eu poder não ser eu. Poder ser quem eu quisesse ser. Pelo menos por um momento, até perceber que eu não iria querer ser ninguém, a não ser eu mesma. E entender que eu posso ser quem eu quiser, mas assim, não seria mais EU.
Não seria a menina que chora, mesmo não tendo certeza do porquê, nem a menina que sorri, sabendo exatamente que naquele momento o sorriso é melhor que as lágrimas que tanto tenta esconder. Que sorri, porque sorrir é o melhor remédio. Que sorri, porque é feliz. Que sorri, pelo simples ato natural de sorrir, que não lhe é esforço algum e ainda lhe faz muito bem, pois faz outras pessoas sorrirem também.
Não seria a menina que corre sem saber pra onde, apenas focada no objetivo de chegar. Que luta sabendo de toda a trajetória e obstáculos, mas não tento ideia alguma do prêmio desta batalha. Mas que sonha como uma criança e sabe que a luta e a corrida um dia darão vida ao sonho.
Não seria a menina que não é mais só uma menina, mas a garota com o passar do tempo se tornou uma mulher em aparência e atitudes, mas permaneceu criança em loucuras e sentimentos. Que fez das palavras sua maior arma e da distância uma artimanha da coragem.
Não seria a menina apaixonada que vê seu coração partir em pedaços, tantas vezes, e ser reconstruído sempre com uma pecinha do quebra-cabeça a menos, mas que mesmo assim, não desiste de tentar, pois essa menina ainda acredita no amor, mesmo que não confie mais em contos de fadas.
Não seria a menina que dá bons conselhos, que escuta atentamente, que de alguma forma, tenta ajudar quem lhe é importante. Mas que não consegue seguir seus próprios conselhos e ainda não é capaz de enfrentar seus próprios temores.
Não seria a menina que se importa com o olhar crítico de cada um, mas mostra uma indiferença banal que mascara toda a insegurança. Que se fecha de um modo, onde poucos realmente conseguem ter acesso. Mas é tão acessível exteriormente que passam despercebidas as trancas que a escondem.
Enfim, essa não seria eu, seria apenas alguém que um dia desejou ser outra pessoa que nunca poderia ser, mas de tanto querer deu vida a imagem que não passa de uma utopia, escrita pelas mãos de um autor desconhecido, cuja personagem nunca saiá do livro.