Todos nascem com um dom além dos talentos que cada um aperfeiçoa como saber representar sentimentos na pintura de uma tela, na composição uma música, em uma encenação, em uma linda voz. Um dom que passa despercebido. Não sei se seria correto chamar de dom, mas sim de truque, uma arte do ilusionismo.
Às vezes não é possível controlar essa ilusão, ela nem sempre pede permissão para se realizar e iniciada muito cedo. Não há hora, idade, raça ou cor.
Você percebe que pode ficar (até mesmo permanecer) invisível, no momento em que está no meio de várias pessoas, pessoas que você vê todos os dias, pode ser no local de trabalho, em uma sala de aula, até mesmo em sua casa. As possibilidades são inúmeras. E essas pessoas não notam sua presença, mal sabem seu nome, a cor dos seus olhos, ou o tom de sua voz.
Há pessoas ao nosso redor, por incrível que pareça que conseguem nos ver. Essas pessoas são denominadas, às vezes de amigos, mas também de família.
Depois de ficar tanto tempo desfrutando as virtudes (ou do fardo) da invisibilidade, é muito difícil de aproximar das pessoas. Você acaba afastando as pessoas que ama, pois não está apto a lidar com a proximidade, com a convivência, com sentimentos.
Mas como já foi dito, tudo não passa de um truque, e todo o truque tem seu segredo, é só saber como desfazer a ilusão. Ninguém está condenado a ficar invisível para sempre.
