sábado, 27 de fevereiro de 2010

Simplesmente escrevo


Escrevo porque gosto de escrever;
Escrevo porque quero falar o que penso;
Escrevo porque não consigo falar;
Escrevo porque é fácil ser você mesmo, quando não podem olhar diretamente em seus olhos;
Escrevo porque não quero ser só mais uma menina fútil e vazia;
Escrevo porque quero fazer a diferença, em um mundo onde ninguém é igual;
Escrevo pelo simples fato de escrever.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Apenas mais um sonho? [Continuação]

Mesmo o lugar sendo aparentemente fechado soprava um vento muito frio e estava escuro. Duda teve a impressão de não estar sozinha ali. Olhou para todas as direções, procurando alguma fonte de luz, ou até mesmo um rosto na escuridão. Mas mal a garota pode se mexer e uma voz surgiu no breu do aposento. Não teve mais dúvidas, alguém realmente estava a observando. 
- Duda! – Aquela voz era estranhamente familiar. Mas onde ela já teria a escutado antes? Na verdade, tudo naquele lugar era familiar, até mesmo a ausência de luz.
- Duda, eu sei que você pode me ouvir. – A voz familiar voltou a solicitá-la. Como ele sabia seu nome? Foi então que a menina percebeu de onde reconhecia a cena: o sonho que a perturbava tanto naquela noite, tinha se tornado realidade.
Duda fechou os olhos e permaneceu imóvel, sentada na cadeira. O autor da voz havia se calado, o silêncio tomou conta novamente do lugar e o vento frio que antes balançava seus cabelos, já não soprava mais. Mesmo tendo vivido tudo na noite anterior, ela não sabia o que viria em seguida, pois foi neste mesmo instante que ela havia acordado de seu pesadelo. A garota abriu os olhos devagar, com medo do que a esperava. Vendo que o pesadelo havia acabado, Duda suspirou aliviada, mas ainda um tanto quanto confusa. Ela tinha voltado para a cozinha de sua casa, onde seus pais estavam sentados a mesa e a observavam atentamente.
Então Carlos, como seu pai se chamava, percebendo a falta de reação no rosto de sua filha, quebrou o silêncio:
- Bem, sabemos como você adora seu aniversário, assim resolvemos preparar algo especial este ano. Duda adorava seu aniversário, mas detestava surpresas, principalmente neste ano.
- Que legal pai, mas o que seria esse “algo especial”? – respondeu meio sem emoção.
- Como você nunca fez uma festa de aniversário só para seus amigos, a não ser nas suas festas até os cinco anos. – Carlos sorriu com a lembrança. – Eu e sua mãe reservamos um espaço bem grande e um DJ de uma danceteria nova na cidade, dizem que é muito “maneira” e convidamos seu colegas de classe...
Vendo que ela não deu pulos de felicidade ou soltou algum grito histérico, seu pai parou de falar. Carlos olhou para sua esposa e os dois falaram em uníssono.
- Feliz aniversário Duda!
- Nossa! Isso é realmente muito bom! Eu adorei a surpresa – Eduarda disse, forçando entusiasmo na voz, o que pareceu ter dado certo, pois seus pais sorriram em resposta. – Ok, vou subir para meu quarto e ligar para a Amanda e contar que eu já sei da novidade. Uhul! – Deu um sorriso torto, desceu da cadeira e saiu, apressadamente, da cozinha.
Ela correu sobre a escada, em direção a porta que era, levemente, cor de rosa, que dava no seu quarto. Ao passar pela entrada, Duda fechou a porta e deitou na cama, tentando entender tudo que havia acontecido até o momento. Um vento frio soprou forte abrindo a janela e derrubando a luminária, que ficava ao lado de sua cama.
-Duda! – A voz misteriosa havia voltado...

Continua...[?]

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Apenas mais um sonho? [Início]

         Duda acordou assustada naquela manhã, não entendendo nada, mas logo percebeu que tudo na noite passada não passara de um sonho, um sonho terrível na verdade, um pesadelo. Apesar de sua pele ser branca – até mais do que ela gostaria - Duda estava pálida e suando, mas estava chovendo e muito frio, pois ainda era inverno, o inverno mais frio dos últimos cinco anos, o que não explicava o suor.
          Olhou para o relógio que marcava seis da manhã, saiu da cama tentando não se lembrar do sonho, que estava a perturbando. Tudo parecia normal, era um dia normal. Foi até o banheiro, como fazia todas as manhãs, escovou seus dentes, se olhou no espelho, e não viu nada além de uma menina pálida e solitária, com uma marca de nascença bem incomum, sob a sobrancelha direita. Desceu as escadas devagar. Estava tudo estranhamente quieto aquela manhã. Quando chegou à cozinha, seus pais lhe receberam com um sorriso, mas a garota não compreendeu seu significado. Foi quando ela percebeu, aquele dia poderia ser tudo, menos normal.
          Seus pais não trocavam uma palavra com mais de uma sílaba já havia mais de duas semanas, e agora estavam sentados ao redor de uma mesa compartilhando o café da manhã. Duda tentou retribuir o sorriso, vendo que os dois estavam realmente se esforçando para permanecerem juntos ali – e ela ainda não sabia qual a ocasião - mas logo viu que sua tentativa não foi animadora:
         - Duda você está com alguma dor? – Sua mãe havia decifrado seu quase sorriso em uma careta. Ótimo.
         - Não mãe eu estou bem... – Me sentindo estranha e confusa, mas bem. Ela acrescentou para si mesma.
          Duda se sentou a mesa, se serviu de suco de laranja e pegou um pedaço relativamente bom de pão, como todas as manhãs. Seu pai vendo a indiferença da filha, perguntou:
          - Querida, não se lembra que dia é hoje? – Dia? Hoje? O que ele queria dizer com aquelas palavras. Ela não poderia ter esquecido de algo muito importante. Talvez o dia de levar a sua gata ao veterinário, ou algo do tipo.
          - Não papai, tenho que levar a Aimê ao veterinário?
        - Filha, hoje é seu 17° aniversário! – O que explicava a luta de seus pais no “café da manhã em família”, mas não poderia ser! Como? A pouco ainda faltavam meses, e agora a data já havia chegado. Ela sempre amava festas de aniversário. Afinal, que adolescente normal não gosta de fazer aniversário? Mas este ano era diferente. Algo estava diferente. Tudo parecia estranhamente normal, mas de algum modo, diferente.
         - Ah! – Foi tudo o que conseguiu dizer, pois sua mão começou a tremer, um vento forte soprou pela janela que a fez sentir um arrepio. Em um minuto, a cena de seus pais sentados a mesa, havia mudado, estava tudo tão escuro. Eles não estavam mais ali, aquela, se quer, era a cozinha se sua casa...


Continua...[?]